O filme Malvado Favorito é um sucesso de bilheteria em todo o mundo. A história gira em torno de Gru, um vilão desonesto que pretende roubar a Lua, mas acaba sendo suavizado pela adoção de três meninas órfãs. A personagem principal é um vilão adorável, que conquistou o coração de crianças e adultos. No entanto, em um bairro qualquer, há um personagem que pode se identificar com Gru: Cunha, o malvado favorito da vizinhança.

Cunha é o típico vizinho chato, que sempre acorda cedo para fazer barulho, estaciona o carro em frente à garagem dos outros e sempre tem um comentário maldoso para fazer. Ele é o malvado favorito de muitos, aquele cara que você adora odiar. Mas, por que existem pessoas como Cunha? Por que algumas pessoas parecem ter uma disposição natural para a maldade?

A psicologia já estudou a fundo essa questão e descobriu que a maldade não é uma característica exclusiva de alguns indivíduos. Ela é uma tendência presente em todas as pessoas, em maior ou menor grau. A moralidade é uma construção social, e as pessoas são moldadas pelas suas experiências, cultura e ambiente. Todos podem -- e devem -- escolher entre seguir ou não os valores morais da sociedade. Porém, essa escolha não é sempre consciente ou fácil.

A maldade pode ser explicada de várias maneiras. Algumas teorias sugerem que ela é uma consequência de traumas infantis, frustrações, inveja ou ciúmes. Outras defendem que ela é uma resposta natural a situações de conflito ou competição. Há ainda as teorias que explicam a maldade como uma consequência da falta de empatia. Todos esses fatores podem levar uma pessoa a adotar um comportamento agressivo, egoísta, manipulador ou malicioso.

Cunha, como qualquer pessoa, tem motivos para agir da maneira como age. Talvez ele tenha sido criado em um ambiente hostil, onde a agressão era a única forma de sobrevivência. Talvez ele tenha enfrentado algum trauma na infância, que o levou a desenvolver um comportamento defensivo. Talvez ele não tenha recebido educação moral suficiente para compreender o impacto dos seus atos sobre os outros. Mas, independentemente das suas motivações, é importante lembrar que a maldade não é uma característica inata ou imutável. Todos podem aprender a ser mais éticos, empáticos e colaborativos.

A natureza humana é complexa e multifacetada. Cada indivíduo possui uma história, uma personalidade e uma forma de enxergar o mundo. Tentar compreender -- e modificar -- a disposição à maldade é um desafio constante para a psicologia e para a sociedade como um todo. O Malvado Favorito de Cunha, assim como Gru e todos os outros personagens fictícios, é um reflexo da nossa própria diversidade, ambiguidade e potencialidade.

Portanto, devemos refletir sobre o nosso próprio comportamento, pensar nas consequências dos nossos atos e buscar formas de agir com mais empatia e responsabilidade. A maldade não é inevitável, nem inexplicável. Ela é uma escolha que cada um de nós faz, consciente ou inconscientemente. Se quisermos construir uma sociedade mais justa, ética e solidária, precisamos aprender a lidar com a nossa própria disposição à maldade.